Sexualidade na História da Medicina Chinesa Da Sabedoria Antiga à Saúde Feminina Atual
Sexualidade na História da Medicina Chinesa
Da Sabedoria Antiga à Saúde Feminina Atual
A sexualidade é uma das expressões mais profundas da vida, e na medicina chinesa tradicional (MTC), ela sempre foi tratada com reverência e sabedoria. Diferente da visão ocidental, que frequentemente dissocia sexualidade de saúde, a MTC a integra como aspecto essencial do equilíbrio físico, emocional e energético. Essa abordagem é profundamente influenciada pela visão taoista, que vê o corpo como extensão da natureza e o sexo como prática de cultivo da vida.
Taoismo e a Sabedoria do Corpo
O Taoismo, filosofia que inspira grande parte da medicina chinesa, entende que o ser humano deve viver em harmonia com o Tao, o fluxo natural do universo. Nessa visão, a sexualidade não é pecado nem tabu, mas uma manifestação da união entre o Yin e o Yang. O ato sexual é uma troca energética que pode fortalecer o Jing (Essência), nutrir o Qi (Energia Vital) e clarear o Shen (Espírito).
Nas práticas taoistas, o sexo é sagrado porque conecta céu e terra dentro do próprio corpo. Quando praticado com consciência e equilíbrio, promove saúde, longevidade e clareza emocional. O foco não está na performance, mas na circulação da energia vital pelos meridianos, e na preservação da essência sexual, especialmente nos rins, sede do Jing.
O Sexo como Cultivo da Saúde Yangsheng
A sexualidade era estudada como parte das práticas de Yangsheng, o “cultivo da vida”. Técnicas taoistas como o controle da ejaculação (para homens), exercícios pélvicos, respiração consciente e movimentação energética (semelhante ao Qigong) eram usadas para nutrir o corpo sem desgastá-lo.
Para a mulher, considerada naturalmente mais conectada ao Yin, a sexualidade era vista como fonte de nutrição emocional, vitalidade e sabedoria corporal. Quando ela está em sintonia com seu ciclo e sua energia sexual, sua saúde floresce, como uma primavera interna.
A Sexualidade Feminina na MTC
Na Medicina Chinesa, a sexualidade feminina está diretamente ligada ao ciclo menstrual, à qualidade do sangue (Xue), e à energia dos rins e do fígado. Desejos, libido, fertilidade e até o brilho da pele são manifestações do equilíbrio energético do corpo.
A libido feminina é cíclica, e isso é respeitado pela MTC. A mulher é incentivada a ouvir seu corpo, nutrir-se emocionalmente e se reconectar com seu centro energético: o útero.
Durante a menopausa, chamada de “Segunda Primavera” a sexualidade pode se transformar. Essa fase é vista como um renascimento energético, onde o foco se volta para o autocuidado e o despertar de uma sexualidade mais interna e intuitiva. Práticas como acupuntura, fitoterapia e alimentação terapêutica ajudam a suavizar sintomas como secura, insônia, ondas de calor e perda de libido.
O Silenciamento da Sexualidade
na História
Com o passar das dinastias, especialmente nas eras Ming e Qing, os ensinamentos taoistas sobre sexualidade foram sendo moralizados, censurados ou esquecidos. O conhecimento sobre o sexo como ferramenta de cura e longevidade foi preservado em círculos restritos, longe do acesso popular.
Hoje, esses saberes estão sendo resgatados, e ganham um novo papel: ajudar mulheres a redescobrirem sua sexualidade como parte essencial da saúde e do autoconhecimento.
Resgatando Saberes para
uma Vida Plena
A medicina chinesa e o Taoismo oferecem à mulher moderna uma visão profunda, amorosa e libertadora sobre sua sexualidade. Um caminho que respeita os ciclos, honra o prazer e promove equilíbrio entre corpo, mente e espírito.
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