TAO E O FEMININO ''O Retorno à Origem do Ser"
TAO E O FEMININO
"O Retorno à Origem do Ser"
Na imensidão do Tao, onde todas as coisas nascem e retornam, o feminino se revela como o próprio mistério da criação. Em chinês, o ideograma para “feminino” 女, nǚ já carrega em sua forma o gesto curvado, acolhedor, receptivo, a raiz do yin. O Tao, princípio gerador de tudo o que há, não se impõe, não disputa, não domina. Ele segue. E, ao seguir, conduz.
Na Medicina Chinesa, o Tao não é apenas uma filosofia, mas a própria lógica viva do corpo e da natureza. O feminino, associado ao yin, é água profunda, é escuridão fértil, é tempo que amadurece no silêncio. É o sangue que nutre o útero, o seio que alimenta, a intuição que guia. Quando a mulher se alinha ao Tao, ela deixa de lutar contra os ritmos do mundo e aprende a escutar os ritmos do próprio ventre.
"O Tao fala pela suavidade"
"Conhecer o masculino, mas preservar o feminino", diz o Dao De Jing. Não se trata de dualismo, mas de uma alquimia sutil entre forças. O feminino não é fraqueza, é potência. Sua força está na capacidade de nutrir, transformar e sustentar a vida e também de recolher-se, silenciar, morrer para renascer.
Na prática clínica, vemos o Tao se manifestar nas fases do ciclo menstrual, nos fluxos hormonais, nos vazios do pós-parto e nas transmutações da menopausa. Cada mulher guarda em si o movimento das estações: a primavera do sangue, o verão da fertilidade, o outono da sabedoria e o inverno da ancestralidade. Respeitar esse fluxo é prática do Tao. Negá-lo é adoecer.
"O Tao cura porque retorna"
Ao olhar para as dores femininas, sejam físicas, emocionais ou espirituais, a acupuntura não força caminhos, mas remove os bloqueios. Não impõe curas, mas devolve o corpo à sua natureza cíclica. Porque curar é voltar ao que sempre foi verdadeiro: o Tao não se perde, somos nós que nos afastamos.
"O convite do Tao é simples e profundo"
Desapegue-se do controle. Abrace a suavidade. Confie no escuro. Honre o sangue. E caminhe com a certeza de que há sabedoria no ventre e no vazio.
“O Tao não se impõe. Ele conduz.
O feminino é sua dança mais antiga.”
O feminino não é fraqueza. É o silêncio que nutre, o sangue que conta histórias, o ventre que sonha em ciclos. No Tao, aprendemos que a cura não vem da força, mas do retorno. Da escuta. Da entrega. A mulher vive as estações do corpo. E a acupuntura é o caminho de volta à sabedoria desses ciclos. Honre o seu ritmo. Abrace o seu Tao.
“O espírito do vale nunca morre, é chamado de a mulher misteriosa.
O portão da mulher misteriosa é chamado de a raiz do céu e da terra.”
Tao Te Ching, Capítulo 6
Essa passagem do Tao Te Ching associa o feminino ao "vale" e à "mulher misteriosa", simbolizando o útero da criação, a fonte inesgotável de vida e transformação. É uma metáfora poderosa para o yin: receptivo, profundo, nutridor.
Tao Te Ching, Capítulo 10 Laozi
“Nutrir e acolher, gerar e não possuir, agir e não se apegar, guiar e não controlar, esta é a virtude do Tao.”
Reflete o princípio do feminino como guia e nutridora, sem imposição
Zhuangzi filósofo taoísta
“A mulher sábia é como a água: ela flui sem resistência, contorna os obstáculos, e, no fim, molda a rocha.”
Clarissa Pinkola Estés
inspirada no Tao e arquétipos femininos
“Ser fêmea é um estado de espírito. É ouvir os ventos antigos. É sentir o chamado das águas profundas.”
Provérbio taoísta
“O Tao é como a mãe: ele gera tudo e não exige nada em troca.”
Su Nu Jing
Clássico do Taoísmo Sexual
“O corpo da mulher é um espelho do céu. Seu sangue segue a lua. Seu prazer é uma ponte entre os mundos.”
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