ACUPUNTURA FEMININA

 Sonhos de Primavera Desperto no sussurro do vento, Primavera borda meus passos com flor. Depois do frio, o renascimento, Desperta em mim um antigo brilho. Sonhos dançam entre pétalas leves, Memórias de dor viram brisa sutil. Curvas da alma, tão frágeis e breves, Se alinham num destino gentil. O céu me escreve com cor de cerejeira, A vida pulsa no compasso do bambu. Meu corpo, antes casa em ruínas, Se ergue templo, inteiro, nu. Na linguagem do broto e da raiz, Aprendo a me ver, sem véus, sem disfarce. A cura vem como quem diz: “Floresce, mulher, no tempo que te abrace.”

  Raízes Invisíveis Há raízes que não vemos, mas que sustentam o que somos. Ficam presas na infância, entre memórias que calamos. Pequenas feridas silenciadas crescem por dentro, em segredo, transformando-se em cansaços, em dores sem nome, em medos. O corpo fala em sussurros, um ciclo desregulado, um coração que acelera, um vazio inesperado. Na mulher que floresce, a criança ainda vive. Pede colo, pede escuta, espera que algo a revire. E vem a menopausa, não como fim, mas como passagem. É tempo de se colher inteira, de transformar dor em linguagem. Na agulha que toca o Shen, no ponto que libera o choro, há cura para o invisível, há luz para o que foi escuro. Porque cada mulher guarda um segredo, um jardim e uma semente. E até as raízes mais feridas podem florescer plenamente.

Poesia da Alma Feminina e as Cinco Essências Energéticas No silêncio da água, nasce a vontade do Zhi, essência oculta, semente viva, impulsiona o ser a existir. No suspiro da madeira, dança a libido do Hun, sonhos germinam no vento, levando a alma rumo ao sol. No chama do fogo, arde a paixão do Shen, excitação que ascende aos céus, luz que desvenda e transcende. Na doçura da terra, florescem os beijos do Yi, sabores de promessas eternas, na firmeza do abraço que acolhe. No sopro do metal, a respiração e a inspiração do Po,  levam e trazem memórias,  no ritmo que renova o coração. Assim, em roda giram, Zhi, Hun, Shen, Yi e Po, bordando a vida com fios sutis, em eterna dança com o Tao. Zhi vontade que brota da água, Hun  desejo que floresce na madeira, Shen  chama que vibra no fogo, Yi  doçura que nutre na terra, Po  sopro que canta no metal. Águas profundas  o Zhi guarda a semente do querer. Madeiras ascendentes  o Hun sonha em liberdade e desejo. ...

 Bem-vinda, Mulher Primavera! Chegue leve, tire os sapatos, o coração cansado, os sonhos exaustos. Aqui é canto de flores e chá, de cura que dança, de vida que há. Cada agulha é um raio de sol, cada ponto, um raio de lua. É medicina com cheiro de flor, vem carregado de amor. Mulher que sente, mulher que sabe, teu corpo é mapa, é tempo, é chave. Do ciclo à pausa, da dor ao riso, há sabedoria em cada improviso. Aqui falamos de pele e emoção, de úteros, luas, pulsos e chão. É blog, é colo, é estrada, é fé, é lugar de ser inteira como você é. Um Canto Poético Para  a Cura Feminina Este poema abre as portas do blog como um espaço sagrado de acolhimento e autoconhecimento para mulheres. Aqui, a Medicina Chinesa é mais do que técnica: é uma arte sensível de escutar o corpo, de honrar os ciclos, de transformar dor em florescimento. Mulher Primavera é aquela que reconhece sua força nos ciclos, sua luz na pausa, sua beleza na vulnerabilidade. Este blog é para você que sente, pulsa, muda...